Queda na exportação do minério de ferro gera deficit de U$ 1 bi em Corumbá
Produção de minério em Corumbá / Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Favorecido pela queda na exportação do minério de ferro, Corumbá fechou 2016 com deficit de U$ 1,066 bilhão na balança comercial. Isso quer dizer que o município importou mais do que vendeu produtos para o exterior, gerando um recuo na produção que traz consequências negativas para as empresas.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços apontam que o município não teve saldo positivo em nenhum dos meses do ano passado.

As exportações, conforme os relatórios da pasta, renderam U$ 200.623.285, menor montante desde 2009, quando a Cidade Branca vendeu U$ 173.931.519 em produtos a outros países. O valor representa ainda uma queda de 20,26% em relação a 2015, quando foram comercializados U$ 251.582.506 do produto.

Já as importações somaram U$ 1.266.985.727, queda de 44,84% em relação a 2015, quando foram comprados U$ 2.297.100.813 em produtos no exterior.

O minério de ferro foi responsável por 42,45% do montante total de exportações em Corumbá em 2016, conforme o ministério, gerando U$ 85.163.755. Levando em consideração somente a venda desse produto, houve queda de 38,47% em relação a 2015.

Por outro lado, a exportação de minério de manganês pelo município cresceu 14,61% em comparação com os dois últimos anos, sendo responsável por 25,94% do volume vendido ao exterior e gerando U$ 52.044.394.

Recuperação - Com a queda nos preços internacionais, o custo de produção está maior do que o valor de venda, por isso o setor diminui cada vez mais o volume produzido. Com o déficit na balança comercial, as mineradoras lucram menos, favorecendo demissões e afetando até mesmo os cofres públicos locais.

Por isso, o ano passado foi marcado por demissões e descontinuidade de projetos das duas empresas que atuam no setor em MS, a Vale e a Vetorial.

A produção de minério de ferro da unidade da Vale em Corumbá, por exemplo, caiu 71,6% no primeiro trimestre de 2016 comparado ao mesmo período de 2015.

O presidente do Sindiecol (Sindicato das Indústrias Extrativas de Corumbá e Ladário), Edemir Chaim Assef, disse ao Campo Grande News que o setor espera uma pequena melhora em 2017 e as empresas vão procurar o governo em busca de alternativas e isenções fiscais para continuar operando.

“Essa era de perda está sendo grande e nós vamos lutar para fazer o reverso. A única que ainda está em operação em Corumbá é a Vale”, pontua.

Dono de um areeiro, Edemir afirma que a situação está sendo difícil até mesmo para as empresas menores. “Eu fazia por dia dez viagens de caminhão, hoje estou fazendo três, quatro e tem dias que faço duas”, diz.