Cerca de 50 embarcações fazem o bloqueio do rio.

Protesto contra a ‘cota zero’ completa seis dias de bloqueio no rio Paraguai

Os pescadores continuam o protesto e o bloqueio no rio Paraguai completa seis dias contra a ‘cota zero’. Moradores de Porto Murtinho, a 454 km de Campo Grande, temem os possíveis prejuízos com a lei que poderá entrar e vigor e proibir que peixes capturados por pescadores amadores sejam levados.

O professor Fábio Escobar, de 31 anos, conta que assim como muitos moradores da cidade, apoia e participa do protesto em solidariedade a quem vive da pesca e do turismo. Segundo ele, a manifestação é pacífica como uma forma de chamar a atenção do Governo do Estado. “Queremos que esta lei não seja implantada em Porto Murtinho e nas regiões ribeirinhas. Fomos pegos de surpresa”, argumenta.

O limite para a pesca por pescadores amadores pode ficar entre 5 kg e 7 kg, mas os moradores discordam da medida e apontam que a economia da cidade é muito dependente da pesca. “5 kg não é viável para nós, no momento está 10 kg além do exemplar”, diz. Atualmente, é permitido pescar até 10kg de peixe, mais um exemplar e cinco piranhas.

O professor conta que a manifestação não tem dia para acabar e os pescadores devem permanecer com o bloqueio no rio Paraguai, em uma rota por onde passam exportações de grãos para o oceano Pacífico. “São 50 barcos e cerca de 200 manifestantes. Estamos muito motivados em continuar o movimento. Teve chuva forte, os pescadores correram riscos no rio, mas ainda permanecem”, conta.

Preservação
No dia 30 de janeiro, um grupo de empresários e pescadores se reuniram com o o secretario Jaime Verruck, da Semagro (Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), para discutir questões sobre a cota zero, projeto que proibirá a pesca amadora nos rios do Estado. Com o decreto os peixes pescados deverão ser todos devolvidos ao rio e não poderá mais ser levados pelos pescadores amadores.