Só no ano de 2014, os acidentes nas rodovias federais somaram R$ 12 bilhões em custos sociais. O documento foi divulgado nesta quarta-feira (23), em Brasília

A Polícia Rodoviária Federal (PRF/MJ) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou o estudo dos custos sociais associados aos acidentes de trânsito. A Diretora-Geral da PRF, Maria Alice Nascimento, participou da abertura do evento e demonstrou que o trabalho da PRF contribuiu com a queda estimada na tendência dos custos sociais em quase R$ 7 bilhões nos últimos quatro anos.

De acordo com a diretora, o relatório reforça o trabalho que a PRF desenvolveu nos últimos anos. Para ela, os números demonstram a importância do planejamento. “Para chegar a esse resultado nós tínhamos que ter referenciais, informações e diagnósticos para realizar os levantamentos técnicos. Assim nós pudemos atuar de forma efetiva em ações de trânsito para cumprir com nossa missão principal que é a redução dos índices de mortes nas rodovias federais”, explica Maria Alice.

Custo social

Além dos traumas causados às vítimas e familiares, os acidentes de trânsito representam altos custos monetários para a sociedade. Só no ano passado, o Ipea calculou em R$ 40 bilhões o custo social com acidentes no País.

Considerando que no ano de 2014 os acidentes nas rodovias federais somaram R$ 12 bilhões, é possível perceber que a redução da letalidade dos acidentes representa uma enorme possibilidade de ganho social.

O resultado da pesquisa aponta que um acidente fatal gera um custo médio de R$ 647 mil, enquanto o acidente com vítima gera um custo de R$ 90 mil. Os acidentes sem vítimas ficam em R$ 23 mil. A análise dos custos sociais mostra a importância das ações que têm por objetivo reduzir os índices de letalidade no trânsito.

Segundo Maria Alice, o trabalho da PRF contribuiu para redução do número de mortos por acidentes de trânsito nas rodovias federais, gerando uma redução estimada na tendência equivalente à R$ 6,9 bilhões de reais nos últimos quatro anos. “Esse foi um resultado extremamente significativo, pois demonstra que o trabalho com diagnóstico é importante. Utilizando os recursos humanos e as tecnologias em locais estratégicos, conseguimos reduzir o número de mortes no País e quantificar isso é muito importante para nós”, destacou.

Políticas Públicas

A publicação do relatório acontece na metade da caminhada da Década de Ações para a Segurança Viária, da Organização das Nações Unidas (ONU) 2011-2020, na qual o Brasil é signatário. O documento discute, ainda, políticas públicas necessárias para redução dos acidentes de trânsito e da mortalidade a eles relacionada, fornecendo diversos subsídios para a discussão do tema que será debatido nos dias 18 e 19 novembro deste ano durante a “2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados”. Estima-se que a Conferência reunirá cerca de 1.700 participantes, de 150 países, além de membros dos Ministérios da Justiça, Saúde, Cidades, Interior, Transportes, de diversas áreas correlatas à segurança no trânsito e suas delegações, e ainda representantes da sociedade civil dos países participantes.