Segundo apurou o Campo Grande News, profissionais estariam fazendo 'corpo mole' em represálias às batidas do prefeito.

Prefeitura afasta quatro médicos depois de denúncias de má conduta em posto
Pacientes aguardam atendimento na UPA Leblon. / Foto: Paulo Francis/Arquivo

A Prefeitura de Campo Grande afastou quatro médicos concursados e abriu sindicância contra cada um deles. A informação apurada pelo Campo Grande News é de que os quatro profissionais se recusaram a cumprir horário e a atender pacientes. Todos atuam na Unidade Básica de Saúde Dr. Antônio Pereira, no Bairro Tiradentes.

Nesta sexta-feira (dia 1º), a abertura do procedimento contra os médicos foi publicada no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande). O afastamento vai durar 60 dias como “medida cautelar”.

Ainda segundo a apuração, a indisciplina dos profissionais seria uma represália às visitas do prefeito Marquinhos Trad (PSD) nas unidades de saúde da Capital. Os médicos teriam apresentado atestados frequentes, se recusado a atender pacientes e demonstrado que iriam atender mal a população – por isso a decisão foi pelo afastamento.

Desde o começo do ano, as idas do prefeito têm sido frequentes e, quando chega ao local, a realidade encontrada é quase sempre falta de médicos, longas esperas e relatos de pacientes sobre o atendimento recebido pelos profissionais de saúde. 

Esta é a primeira ação mais grave tomada pela administração municipal, depois das inúmeras reclamações dos usuários e das visitas. Contudo, mesmo afastados, os profissionais vão receber suas remunerações, com exceção das gratificações, adicionais e plantões. Punições mais severas, que podem chegar à demissão, só ocorrem após o fim da sindicância.

Hoje, são 495 médicos na rede pública de saúde concursados e 574 são profissionais convocados, de acordo com o secretário-adjunto de Gestão, Igor Barreto. A maioria dos problemas é relacionada aos médicos concursados.