Postos de Saúde na Reserva estão deteriorados
Índios são atendidos em meio ao mofo das graves infiltrações

Postos de Saúde da Reserva Indígena de Dourados estão atendendo de forma precária. Tanto na Jaguapiru como na Bororó, a comunidade indígena é atendida em meio a salas tomadas de mofo e com paredes danificadas devido as graves infiltrações. Em 3 dos postos de Saúde houve uma reforma há cerca de 2 anos, porém a comunidade questiona a qualidade das obras realizadas pela Prefeitura de Dourados. Em um deles a Vigilância Sanitária já interditou 3 vezes.

Em uma das unidades, que fica ao lado da Escola Tengatuí Marangatu, a situação é ainda mais precária. Uma obra de ampliação está totalmente paralisada e segundo as lideranças locais ela foi feita de forma irregular, sem atender as necessidades que a estrutura necessitava. “Construíram três salas aqui totalmente inutilizáveis. Todas elas são pequenas demais para a função na qual se destinariam. Não dá para ser recepção, nem farmácia, nem sala de atendimento”, conta um servidor.

A iluminação pública também é precária e os servidores são obrigados a fazer “vaquinha” quando alguma lâmpada estraga. Os medicamentos também não dão para 30 dias e há materiais e equipamentos danificados há anos. O lixo doméstico acumulado no posto de saúde por falta de coleta, também é um grande problema. Há relatos de ratos e baratas no local. A situação acaba interditando um dos banheiros que poderiam estar sendo usados pelos pacientes.

Membro do Conselho de Saúde Indígena Fernando de Souza, diz que a situação dos postos de saúde é lamentável e diz que vem cobrando soluções. Segundo ele, um total de R$ 1,8 milhão foi destinado pela União para o município realizar as obras de reformas, porém elas não saíram como o esperado e no caso de uma das unidades nem finalizou a obra ainda. “Há muitas infiltrações nas paredes que não foram corrigidas e isto vem acabando com a estrutura das unidades”, destaca.

Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Dourados disse que As obras de reforma e ampliação das unidades básicas de saúde Bororó I, Bororó II, Jaguapiru I e Panambizinho foram concluídas e entregues. Quanto à obra na unidade Jaguapiru II, foi necessária a rescisão do contrato com a empresa que executaria o trabalho e um novo processo licitatório foi aberto. Esse processo está em fase final de e assim que for fechado o contrato com a nova empresa que executará o serviço, a obra será iniciada.

“Vale ressaltar que o município é responsável apenas pela execução das obras de reforma e ampliação acordadas. A manutenção dos prédios, mobiliários e equipamentos das unidades instaladas nas aldeias são de inteira responsabilidade da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) do Governo Federal”. O Dourados Agora tentou contato com a Sesai, mas não obteve resposta acerca dos questionamentos.