Wescley teria sido seguido após coletar impressões digitais de seis membros da facção, presos terça de manhã no Paraguai.

Polícia paraguaia diz que investigador morto em MS estava na mira do PCC
Membros do PCC presos terça em Pedro Juan; agente assassinado teria ido a quartel da Polícia Nacional para colher impressões digitais. / Foto: ABC Color

Policiais paraguaios acusam a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) de ter ordenado o assassinato do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37, ocorrido no início da noite de terça-feira (6) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

Fontes ouvidas pelo jornal ABC Color, o mais importante do Paraguai, revelaram que pouco tempo antes de ser morto com 30 tiros de fuzil AK-47 calibre 7.62 em frente à sua casa na Vila Reno, o policial sul-mato-grossense esteve no quartel da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero.

No local, Wescley teria coletado as impressões digitais de seis brasileiros, membros do PCC, presos na manhã de terça-feira no lado paraguaio da fronteira. O objetivo seria confirmar se os detidos usavam identidades falsas e se eram procurados no Brasil. Ele teria ido ao território paraguaio acompanhado da estagiária da Polícia Civil que também foi atingida pelos tiros, mas está fora de perigo.

Conforme o ABC Color, assim que saiu da sede da Polícia Nacional em Pedro Juan em um Fiat Siena preto descaracterizado, mas pertencente à frota oficial da Polícia Civil, Wescley foi seguido pelos pistoleiros em um Honda Civic e executado no meio da rua.

Na mira do PCC - Para policiais paraguaios, o agente da Polícia Civil sul-mato-grossense já estava na mira da facção criminosa que domina o tráfico de drogas e de armas na divisa com Mato Grosso do Sul. Ele seria responsável em coletar as impressões digitais de bandidos brasileiros presos em Pedro Juan, por isso por jurado de morte pela facção.

Os bandidos presos pelo serviço de inteligência da Polícia Nacional na terça-feira foram identificados como Lucas Ferreira da Silva, Raimundo Afonso de Carvalho, Victor Fernandes de Souza, Leonardo Caio dos Santos, Wellington dos Santos Martinez e Isaac da Silva Prado.

Segundo policiais paraguaios, a missão de Wescley Vasconcelos era justamente descobrir a verdadeira identidade dos brasileiros, para que a Polícia Nacional pudesse pedir a prisão preventiva da quadrilha.

Outra informação revelada por fontes do jornal ABC Color é de que o policial civil teria participado de várias operações para recuperação de veículos roubados e que levaram vários membros do PCC para a prisão.

A morte de Wescley Vasconcelos está sendo investigada por policiais civis de Ponta Porã, Dourados e Campo Grande. A investigação é conduzida pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). Até agora a polícia sul-mato-grossense não se manifestou sobre o caso.