O relato é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

PNUMA: manejo integrado de pragas minimiza uso de pesticidas nas lavouras
/ Foto: Ruben Rodrigues Olivares/EBD-CSIC

O manejo integrado de pragas é uma abordagem ecossistêmica que combina diferentes estratégias e práticas de manejo para o cultivo saudável, minimizando o uso de pesticidas.

Evitar substâncias venenosas ao lidar com pragas não apenas protege o meio ambiente, mas também os polinizadores, inimigos naturais das pragas, os organismos benéficos e as pessoas e os animais que dependem das plantas.

O relato é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

As plantas são a fonte do ar que respiramos e da maioria dos alimentos que ingerimos, mas sua saúde é frequentemente ignorada. Isso pode ter resultados devastadores.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que até 40% das culturas alimentares sejam perdidas anualmente devido a pragas e doenças vegetais.

Isso deixa milhões de pessoas sem comida suficiente e prejudica seriamente a agricultura — a principal fonte de renda para as comunidades rurais.

Por essas e outras razões, 2020 foi nomeado Ano Internacional da Saúde Vegetal pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

"A saúde das plantas está cada vez mais ameaçada. As mudanças climáticas e as atividades humanas degradaram os ecossistemas, reduziram a biodiversidade e criaram novos nichos onde as pragas podem prosperar", diz Marieta Sakalian, Especialista do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Ao mesmo tempo, as viagens e o comércio internacional triplicaram em volume na última década, de acordo com a FAO, e podem rapidamente espalhar pragas e doenças em todo o mundo, causando grandes danos às plantas nativas e ao meio ambiente.

Por exemplo, o nemátodo-da-madeira-do-pinheiro da América do Norte, o Bursaphelenchus xylophilus, é uma espécie de praga que causa murchidão de pinheiro. Foi descoberto pela primeira vez na União Europeia nas florestas portuguesas em 1999.

Hoje, todo o território de Portugal é demarcado pela presença do verme, com uma zona de 20 km, livre de pragas, estabelecida ao longo da fronteira espanhola para impedir sua propagação.

Proteger as plantas de pragas e doenças é muito mais econômico do que lidar com emergências de saúde vegetal. Pragas e doenças de plantas são muitas vezes impossíveis de erradicar depois de estabelecidas, e gerenciá-las é demorado e caro.

A prevenção é fundamental para evitar o impacto devastador de pragas e doenças na agricultura, nos meios de subsistência e na segurança alimentar, e muitos de nós temos um papel a desempenhar.

O manejo integrado de pragas é uma abordagem ecossistêmica que combina diferentes estratégias e práticas de manejo para o cultivo saudável, minimizando o uso de pesticidas.

Evitar substâncias venenosas ao lidar com pragas não apenas protege o meio ambiente, mas também protege os polinizadores, inimigos naturais das pragas, os organismos benéficos e as pessoas e os animais que dependem das plantas.

Mais de 820 milhões de pessoas no mundo estão subnutridas, um número que apenas cresce. Políticas e ações para promover a saúde das plantas são fundamentais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2 – Erradicação da pobreza e fome zero.

O que mais pode ser feito?
Tenha cuidado ao atravessar fronteiras com plantas e produtos vegetais; cumpra os padrões internacionais de fitossanidade para tornar o comércio de plantas e produtos vegetais seguro; invista no desenvolvimento da saúde vegetal por meio de treinamento, pesquisa e divulgação; fortaleça os sistemas de monitoramento e alerta precoce para proteger as plantas e a saúde vegetal.