A investigação apura, portanto, a ocorrência dos crimes de corrupção (ativa e passiva), tráfico de influência e formação de organização criminosa.

PF investiga pagamento de vantagens indevidas a suposto núcleo de policiais militares de São Paulo
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A Polícia Federal deflagrou na quarta-feira (10), a terceira fase da Operação Nepsis, dando cumprimento a dois mandados de busca e apreensão no município de São José do Rio Preto/SP expedidos pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

A ação teve por objetivo angariar elementos de prova referentes ao pagamento de vantagens indevidas a um suposto núcleo de policiais militares do Estado de São Paulo, descoberto a partir da apreensão de celulares da Organização Criminosa desmantelada na primeira fase da Operação Nepsis, deflagrada em 22/09/2018.

Foram identificadas negociações que indicam o pagamento de valores entre 70 mil e 120 mil reais por mês ao suposto grupo de policiais para permitir o escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai por rodovias paulistas, sendo que o pagamento era negociado por um ex-policial, já expulso da PM-SP. A investigação apura, portanto, a ocorrência dos crimes de corrupção (ativa e passiva), tráfico de influência e formação de organização criminosa.

A Organização Criminosa investigada na Operação Nepsis formou um verdadeiro consórcio de grandes contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai, a qual se estruturava em dois pilares: um sistema logístico de características empresariais e, ainda, a corrupção de policiais cooptados para participar do estratagema criminoso.

Segundo a mitologia grega, "Nepsis" significa vigilância interior, estado mental de atenção plena. A operação foi assim batizada em alusão à vigilância necessária para se combater as sofisticadas atividades criminosas ligadas ao contrabando e à vigilância em relação à própria atividade de fiscalização estatal para conter a corrupção de servidores públicos.