Pessoas tiveram lucros milionários com desvalorização de moedas, que indicam uso de informações privilegiadas
O tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem levantado suspeitas da oposição por uma possível manipulação financeira e favorecimento de algumas pessoas com a desvalorização do real. As tarifas de 50% impostas ao Brasil foi uma medida completamente fora dos padrões da diplomacia e das relações comerciais entre os países, e deveria ter pegado todos de surpresa, mas não foi o caso.
O anúncio de Trump foi feito no dia 9 de julho, às 16h17 (horário de Brasília), surpreendendo até mesmo assessores próximos do líder americano. Nesse momento, o dólar valoriza muito, com muitas pessoas comprando a moeda e vendendo real, já que o natural é se proteger da desvalorização do dinheiro brasileiro.
Porém, no mesmo dia, às 13h30, uma pessoa compra uma quantidade gigantesca de dólares, cerca de US$ 3,5 bilhões, apostando contra o real. Segundo Spencer Hakimian, dono de um fundo de investimentos de Nova York, o movimento foi causado por alguém que queria “fazer a transação rápido” e sem que ninguém visse.
Então, alguém comprou de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões a R$ 5,46, às 13h30, e vendeu praticamente a mesma quantidade dois minutos após o anúncio de Trump, a R$ 5,60. Esse movimento pode ter rendido mais de US$ 400 milhões.
Além disso, o caso do Brasil não é o único. O mesmo movimento aconteceu com tarifas à África do Sul, à União Europeia e ao México e Canadá. Por isso, parlamentares democratas suspeitaram de que pessoas próximas a Trump podiam estar usando informações privilegiadas para se beneficiar financeiramente. Apesar de pedirem por uma investigação, nenhum inquérito foi pra frente, já que a oposição é minoria na Câmara e no Congresso.
Como apenas os órgãos reguladores e os grandes bancos conseguem saber quem foi a pessoa – ou as pessoas – que se beneficiaram, é difícil provar a origem das movimentações. Vale lembrar que fazer qualquer transação financeira privilegiada é crime.