Do alto, imagem captada por drone mostra um desenho com tinta branca e o número 18

Obra milionária, Aquário do Pantanal exibe novidade: pichação na cúpula
Cobertura do Aquário do Pantanal foi alvo de pichação. / Foto: Gabriel Marchese

Conhecido pelo gasto de até R$ 230 milhões e pela paralisia, o Aquário do Pantanal tem uma novidade: a cúpula metálica em forma de elipse tem uma pichação. Do alto, imagem captada por drone mostra um desenho com tinta branca e o número 18.

Até então, as pichações, sina de locais abandonados, já marcaram  placas e tapumes. Nascido na gestão de André Puccinelli (MDB), o Aquário do Pantanal tem denúncias de irregularidades e está em obras há oito anos.

A saga da gigante elipse, que leva a assinatura do renomado arquiteto Ruy Ohtake, começou em fevereiro de 2011, quando a Egelte Engenharia venceu licitação para construir o Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, nome oficial do aquário, por R$ 84 milhões.

Em 2014, a construção foi repassada em subempreita para a Proteco Construções. Na época, Puccinelli justificou que se tratava de um “mutirão cívico” para concluir o empreendimento. Contudo, gravações da operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal), apontam uma frenética negociação para que a obra trocasse de mãos e ganhasse aditivo de R$ 21 milhões.

Em 2016, o empreendimento voltou para a Egelte. Entretanto, apesar da reativação de contrato, a obra não caminhou de fato. Em 22 de novembro de 2017, o governo estadual confirmou o rompimento do contrato com a Egelte, alegando que a empresa não tinha condições de concluir a obra.

Segunda colocada na licitação, a Travassos e Azevedo havia cotado, em 2011, seus serviços em R$ 88 milhões. Chamada para assumir o serviço em novembro de 2017, ela recusou o contrato. Neste cenário, surgiu um grande acordo entre o atual governo, MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado).

Foi apresentada à Justiça a proposta de dispensar a licitação e concluir o Aquário do Pantanal por meio de contratação direta com duas empresas, ao custo de R$ 38,7 milhões. Apesar das tentativas de fazer a obra com dispensa de licitação, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse que vai lançar o processo licitatório neste mês.