Ameaça com facão obriga PM a usar arma de fogo em legítima defesa.

Na tarde da última quarta-feira (7), a Polícia Militar foi acionada para atendimento de uma ocorrência de violência doméstica no Distrito do Quebra Coco, em Sidrolândia (MS), mais precisamente na Rua Sergipe. A denúncia envolvia um caso de agressão física a uma mulher por seu companheiro, motivado pela recusa dela em comparecer a uma entrevista de emprego.
Segundo relato de uma testemunha próxima, o casal possui um histórico de desentendimentos frequentes. Na ocasião, a vítima relatou à equipe policial que o autor ficou irritado ao saber que ela não compareceria à entrevista em uma empresa local, por envolver deslocamento em horário que a impedia de cuidar dos filhos pequenos. A negativa provocou a ira do companheiro, que passou a proferir ofensas e, em seguida, a agredi-la fisicamente, causando uma lesão visível na região da sobrancelha.
Durante o atendimento, o suspeito interrompeu o sinal de internet da residência – recurso essencial no local, já que a área rural não possui sinal de telefone. Ao perceber que os policiais buscavam conexão por meio da vizinha, o autor se dirigiu aos fundos da casa, onde há mata alta, e retornou com um facão, afirmando que não permitiria ser conduzido.
Diante da ameaça iminente à integridade dos agentes, foi dada ordem para que largasse a arma branca, mas o homem continuou avançando. Um dos policiais foi obrigado a efetuar um disparo de arma de fogo em resposta à agressão injusta. Mesmo assim, o agressor fugiu, pulando o muro da residência e adentrando uma área de mata fechada. Buscas foram feitas com apoio de uma viatura adicional, mas ele não foi localizado.
Dois menores estavam presentes na residência, e o Conselho Tutelar foi acionado, mas não pôde comparecer de imediato por estar em outra ocorrência e sem veículo disponível.
A vítima recusou-se a ir à delegacia e também rejeitou atendimento médico. Optou por permanecer na casa de um parente próximo até a chegada de familiares. Para que pudesse retirar seus pertences, foi necessário arrombar a porta da residência, já que o autor havia trancado o imóvel e levado a chave.
De acordo com a Polícia Militar, o registro da ocorrência foi entregue na Delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia. Nenhuma das partes compareceu até o momento para formalizar os procedimentos legais, o que impossibilitou a realização de exames, coleta de provas e atualização cadastral no sistema policial.
A polícia reforça que a denúncia de violência doméstica é um passo fundamental para garantir proteção à vítima e responsabilização do agressor, e que o apoio das instituições responsáveis está disponível para todos os casos, inclusive em áreas rurais.