O ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB), se tornou réu em ação de improbidade administrativa sob acusação de promoção pessoal e ajuizada pelo MPF (Ministério Público Federal). Isso porque o então peemedebista afixava totens com seu nome em cada obra que lançava, pelo menos quatro citadas nos autos foram feitas com verba da União.

“Não se trata de proibir a publicidade dos feitos da administração pública, mas de respeitar os limites impostos pela legislação. A lei é clara e não cria exceções: é vedado atribuir o nome de administradores a bem público, de qualquer natureza”, explica o denunciante

As placas são vistas até hoje nas ruas da Capital. A pratica também era feita pelo ex-governador do Estado, André Puccinelli (PMDB), quando ele ocupava a mesma função. Ele chegou a pedir rejeição do processo, mas a Justiça Federal considerou que “não são robustas nem irrefutáveis as teses apresentadas na defesa”.

De acordo com o MPF a atitude de colocar nome e obra realizada em placas que estão espalhadas pela cidade viola os princípios da impessoalidade, legalidade e moralidade administrativa.

“Os totens têm o evidente objetivo de promover o nome do administrador e vincular, permanentemente, sua imagem ao cenário urbano da cidade. Porém, a 'coisa pública' não é apropriável pelo particular, nem pode esse, no exercício do cargo, utilizar a máquina para se promover”, diz os autos.

Ao Jornal Midiamax Nelsinho disse que é prática dos administradores tomar tal postura. Destacou que no totens em questão também constam o nome do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do então ministro das Cidades Márcio Fortes, do ex-governador do Estado André Puccinelli (PMDB) e só então o dele.

“Não cometi nenhuma ilegalidade e apenas meu nome consta na ação. Interessante não?”, disse ele que vai recorrer. “No próprio MPF têm placas informativas com os respectivos gestores da ocasião das inaugurações”, completou.