Nas Olimpíadas, Maracaju, Terenos e Naviraí representam a força da agricultura familiar de MS
Showtec 2016 - diretor da Agraer e secretário da Sepaf experimentam pamonha. / Foto: Dunga

O conhecimento popular diz que a união faz a força. Já em clima de Jogos Olímpicos, Rio 2016, esse lema de fraternidade nos faz acreditar que os laços podem se tornar ainda mais fortes com o credo olímpico: Citius (Mais rápido), Altius(Mais alto) e Fortius (Mais forte), expressão em latim que encoraja o atleta a dar o seu melhor nos torneios e a torcida a se unir por um bem comum. Então, o que pensar da participação pública de 45 agricultores familiares nas praças de alimentação “Brasil Saudável e Sustentável”, durante os dez dias de jogos, 5 a 14 de agosto, no Rio de Janeiro? 

 
É com base nessa oportuna lógica de mostrar a força da agricultura familiar, que o governo do Estado por intermédio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) reforça a importância de Mato Grosso do Sul ser representado por três pequenos produtores  das cidades de Maracaju, Naviraí e Terenos, na agenda de um evento da magnitude das Olimpíadas.
 
“A agricultura familiar é hoje responsável por cerca de 70% dos alimentos que abastecem a dispensa de nossos lares. Ter nesse evento, produtores sul-mato-grossenses que utilizam os serviços públicos de Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural], da Agraer, é sinônimo de orgulho para o Estado e a chance de mostrar a importância e a força do campo a pessoas de diferentes continentes”, avalia o diretor-presidente da Agência, Enelvo Felini.
 
Montadas em quatro pontos diferentes da capital fluminense, Rio de Janeiro, as praças de alimentação “Brasil – saudável e sustentável”, servirão de pontos de amostra e comercialização de produtos da agricultura familiar. Uma iniciativa do governo Federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A ideia é que cada local tenha de dez a 12 cooperativas familiares.
 
Vestindo a camiseta de Mato Grosso do Sul estarão três agricultores familiares, das seguintes localidades: Colônia Negra Quilombola de São Miguel (Maracaju), na comercialização de pamonhas; Assentamento Juncal (Naviraí), com a produção de frango caipira e da agroindústria familiar "Apis Dourada" (Terenos), com a mostra de produtos a base de mel. Na cartela dessa última, o destaque fica para o molho de mel com pimenta e o  “hidromel”, considerado a bebida alcoólica mais antiga da humanidade que se tem conhecimento até hoje.
 
O objetivo é que as praças de alimentação fortaleçam a identidade da agricultura familiar na produção sustentável, agroecológica. “Receber a notícia de fazer parte do evento foi muito emocionante, porque a comunidade começa a ser vista não apenas pela produção de pamonha, mas considerada de uma forma geral. É o reconhecimento dos anos de trabalhos de todos nós e isso também motiva as pessoas da própria comunidade a se esforçarem mais nas atividades”, afirma Ada Mirian Cabral, moradora escolhida para representar a comunidade São Miguel, de Maracaju.
 
Antes da confirmação de escolha, o trabalho de cada agricultor familiar passou pela avaliação de um comitê conforme edital lançado em fevereiro deste ano.
 
 “Acredito que essa escolha vai nos possibilitar não só a visibilidade como o aumento de mercado aos nossos produtos. Hoje, confeccionamos queijo, doce de leite, legumes em compotas, hortaliças, entre outros produtos. Ainda este ano vamos começar a fornecer pamonha para a merenda escolar pelo Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar]. Essa escolha para as Olimpíadas será um momento da gente conhecer produtores de outras regiões. Vai ser bom para a troca de conhecimento”,  reforça a jovem.
 
No time daqueles que prestam atendimento no campo, a engenheira agrônoma Eneida Vasconcelos já comemora o resultado dos agricultores. “Aqui, em Maracaju, há mais de 10 anos que nós, da Agraer, auxiliamos a comunidade São Miguel. Como eu vi a matéria no site da Agraer, então, resolvi inscrever a comunidade por conhecer a qualidade do seu trabalho. Vi, no edital, que o grupo preenchia todos os requisitos e quis tentar”.
 
Aposta feita que já tem destino certo, a Cidade Maravilhosa. Tudo graças a qualidade dos serviços de Ater e ao trabalho e as certificações adquiridas por parte dos pequenos produtores selecionados . 
 
É que para integrar as praças, os empreendimentos tiveram que se enquadrar em alguns critérios como ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica, estar de acordo com a Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Rurais, possuir o Selo da Agricultura Familiar (Sipaf) e trabalhar com produtos agroecológicos e da sociobiodiversividade.
“As Olimpíadas traz esse espírito de união e aqui, em Maracaju, a repercussão foi similar, pois trouxe uma parceria entre a prefeitura, governo do Estado através da Agraer e a associação da comunidade quilombola. Tudo para que o nome do Mato Grosso do Sul possa ser levado ao evento”, explica a agrônoma da Agraer, Eneida.
 
Qualidade e economia
 
E do que depender do Executivo Estadual, a participação de Mato Grosso do Sul nos jogos olímpicos não se limitará a agricultura familiar. O Estado será um dos grandes fornecedores de carne para os atletas do mundo todo que estarão no Rio de Janeiro.
 
A informação foi repassada pelo governador Reinaldo Azambuja durante a abertura da 11ª Dinâmica Agropecuária (Dinapec), no dia 9 de março.
 
O fornecimento é um reconhecimento pela qualidade e sanidade da produção sul-mato-grossense, conforme declaração dada, no evento, pelo próprio governador.

 

Nas Olimpíadas, Maracaju, Terenos e Naviraí representam a força da agricultura familiar de MS
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