
A comunidade escolar do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Adélia Leite Krawiec, no Bairro Santa Luzia, em Campo Grande, decidiu recorrer a rifas e festivais de comida para arrecadar dinheiro e usar a verba em pequenos serviços de manutenção. A medida chega como alternativa à longa espera pelo Poder Público.
O dinheiro arrecadado na comunidade acaba usado para, por exemplo, retirar pombos do forro, poder árvores ou comprar o cafezinho de professores e funcionários. Segundo o presidente da Associação de Moradores do Bairro Santa Luzia, Elzio Moreira da Silva, conhecido como “Filho do Padre”, eventos como galinhada e festivais de pizza são feitos com frequência.
O Ceinf Adelia Leite Krawiec foi inaugurado dia 30 de agosto de 2010, ocupa uma área de mil metros quadrados. Segundo Silva, atende hoje 190 crianças.
Silva lembra que o dinheiro arrecadado nos eventos não vai para serviços básicos da unidade, mas principalmente bancar despesas eventuais que exigem providências imediatas. “Em vez de ficarmos esperando, fazemos a promoção e aí a APM (Associação de Pais e Mestres) tem recursos”, completou.
Uma das dificuldades vividas pela escola, segundo o “Filho do Padre”, é a infestação de pombos no forro dos blocos. “É um problema difícil de resolver, pois não se pode matar as aves, temos que fazer gaiolas e as vezes contratar um serviço”, disse.
Um leitor do Campo Grande News, que não quis se identificar, viu o anúncio do evento beneficente no bairro por meio de um carro de som e questionou se o procedimento de ajudar financeiramente a escola seria correto. Segundo a APM do Ceinf, o próximo já tem data marcada: uma galinhada, sábado (12).
Segundo o líder comunitário, moradores do Santa Luzia participam e prestigiam os eventos. Ele deu o exemplo de um festival de pizza, em que um morador doa a muçarela, outro doa o trigo “e assim por diante”.
Ressaltou que o almoço não é servido no Ceinf, já que o local não comporta muita gente. “As mesas são pequenas, são de criança”, explicou.
A Prefeitura Municipal de Campo Grande, informou, por meio de sua assessoria, que a manutenção das unidades é de responsabilidade exclusiva da administração municipal. Também disse que a administração não incentiva, mas também não impede essas ações, pelo fato de que elas envolvem toda a comunidade escolar.