O diretor da Comissão Nacional de Áreas protegidas do México, Alejandro del Mazo, disse na terça-feira que vai rejeitar qualquer solicitação para reativar a mina de cobre Angangueo, situada na reserva da borboleta-monarca, no estado de Michoacán (oeste).
Uma eventual "exploração mineira na zona da reserva seria catastrófica para a monarca", afirmou em uma coletiva de imprensa conjunta Omar Vidal, diretor-geral da ONG World Wildlife Fund (WWF) no México.
Alejandro del Mazo disse que a comissão de áreas protegidas não recebeu nenhuma solicitação de autorização oficial do Grupo México para reativar a mina de Angangueo.
No entanto, em um relatório da empresa de 2015 a mina continua aparecendo como um projeto em processo.
“No caso de que se dê entrada em uma solicitação, teríamos que dar nossa opinião, na qual consideramos que seria inconveniente que exista mineração dentro da reserva da borboleta-monarca", disse na terça-feira Del Mazo, esclarecendo que tal opinião não é vinculante.
No seu relatório do primeiro trimestre de 2014 para a comissão de títulos e valores dos Estados Unidos, a empresa Southern Copper, propriedade do Grupo México, afirmou que "o projeto está avançando segundo o programado para desenvolver esta jazida polimetálica subterrânea" na primeira metade de 2015.
Milhares de borboletas-monarca viajam todos os anos do Canadá e dos Estados Unidos até chegar, em novembro, às florestas temperadas de Michoacán e do Estado de México (centro), onde hibernam durante cinco meses, proporcionando um espetáculo único na natureza.
A espécie está, porém, exposta a várias ameaças. O uso de praguicidas e cultivos transgênicos está acabando com a planta asclépia, que é o principal alimento da monarca, enquanto o desmatamento ameaça seu habitat.
Embora o corte clandestino de árvores nessa reserva tenha diminuído 40% na temporada passada, a degradação da zona aumentou devido a fenômenos naturais como os fortes ventos e tempestades registrados em março passado, segundo um estudo elaborado por autoridades mexicanas, a WWF e a Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), que foi apresentado na coletiva.
A principal hipótese dos especialistas é que estes fenômenos estão relacionados com as mudanças climáticas. "É um fator de risco que talvez - e espero estar enganado - comecemos a ver com mais frequência", disse Víctor Sánchez Cordero, diretor do instituto de pesquisas biológicas da UNAM.