BID aceitou nesta semana nomeação do governo brasileiro de Goldfajn para ser candidato, apesar de pedido de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, para que nome não fosse acatado.
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles defendeu nesta terça-feira (15) que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, apoie o nome de Ilan Goldfajn na presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“O nome do Ilan teve aceitação muito grande dos países latino-americanos de forma geral, e acho que seria uma grande adição para o Brasil. Defendo a ideia de que o novo governo deve apoiar o Ilan, que e um nome excelente, e não entrar numa questão de filiação partidária de ‘vamos nós escolhermos’. É um nome que representaria muito bem o Brasil no governo Lula”, disse ao ser questionado por jornalistas num evento para empresários em Nova York.
O BID aceitou nesta semana a nomeação do governo brasileiro de Goldfajn para ser candidato à presidência da instituição, apesar de pedido de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, para que o nome não fosse acatado. Por meio de carta, Mantega também solicitou o adiamento da eleição, marcada para o dia 20 de novembro, mas a data está mantida.
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“Não há dúvida que o nome tem que ser proposto pelo atual governo, porque não dá para esperar a posse do novo governo para indicar, e o procedimento normal do banco é que os governos, interindependentemente de até quanto estarão no comando, devem fazer essa indicação”
Equipe econômica
Sobre os nomes ainda incertos para a equipe econômica do governo eleito, Meirelles diz que considera normal que, durante o processo eleitoral, o nome que vai chefiar a economia não tenha sido pensado, pois todas as atenções estavam na disputa.
“Agora, nós temos 15 dias após a eleição, é um período curto, existem prioridades, é um período que o presidente eleito está descansando, o que é absolutamente legítimo, teve agora que ir ao Egito para participar da COP27 e, portanto, o tempo está exíguo, apesar de que, de fato, se espera o anúncio da equipe tão logo quanto possível. O trabalho prévio necessário é exatamente o que tem sido feito pela equipe de transição”, disse. .
Sobre um eventual convite para chefiar a Economia, Meirelles voltou a dizer que não recebeu convites. “Não há convite ainda, como já mencionei, o presidente Lula está com uma lista de prioridades, o governo está sendo composto num tempo exíguo, eu certamente não fui convidado e não perco tempo tomando decisão sobe hipótese”.
“Não há melhor programa social do que o emprego”
O ex-ministro ainda falou sobre a importância de se manter os gastos públicos sob controle, ainda que considere necessário garantir o auxílio de R$ 600.
“Se tentar resolver isso apenas com auxílios do governo, vamos simplesmente entrando numa espiral negativa. Temos que ter responsabilidade social, sim, fazendo programas importantes, complementares, como mantendo o auxilio a R$ 600 reais, mas estabelecer a meta clara de responsabilidade fiscal para condições para o crescimento do emprego e da renda”, disse.
“O que nós aprendemos que quando um governo, mesmo com a melhor das intenções, gasta excessivamente, isso leva a uma falta de confiança de todos os agentes econômicos, sejam consumidores, investidores ou empresários, e gera a impressão de que isso é insustentável e que pode ter uma crise à frente, o que faz o crescimento diminuir, como já vimos no passado, gerando recessão, desemprego etc. Manter os gastos sob controle é a melhor forma de garantir inclusive inclusão social, porque não há melhor programa social do que o emprego”, completou.