Mesmo com academias abertas, há quem prefira, por segurança, os exercícios indoor.

Mantenha a forma fazendo exercícios em casa
Tati Bergamo explica que continua pedalando e correndo em casa para manter a forma para as próximas competições. / Foto: Arquivo Pessoal

Apesar de as academias terem retornado com as atividades – contando que mantenham as medidas de segurança –, a corredora e influencer Tati Bergamo continuou com os treinos constantes em casa, os chamados exercícios indoor. Com diversos eventos cancelados, por enquanto, Tati tem apenas a Bonito 21k (corrida de rua) pela frente, marcada para o mês de dezembro, quando espera-se que a pandemia tenha passado pelo País.

“A Bonito 21K se tornou agora a grande estrela do meu ano, uma luz no fim do túnel em meio a tantas provas canceladas e adiadas. É por ela e por mim, primeiramente por minha saúde e depois por essa meta, que eu continuo correndo, e dessa forma espero continuar motivando as pessoas a não pararem de treinar nesse momento e muito menos desistirem de suas metas”, afirma Tati.

Atleta há anos, Tati já sabe quais exercícios são indicados para praticar em casa. “Sigo pedalando e correndo”, frisa.  

Mas para quem não tem o ritmo de um atleta, o ideal é não forçar. Especialista em exercício e esporte, o médico Renô Dória ressalta que é muito importante manter os exercícios e adaptar de acordo com a faixa etária, estado físico e disponibilidade. “Deve-se ter o cuidado de fazer um aquecimento antes do treinamento, utilizando a musculatura que será exercitada na sequência do dia e um alongamento leve logo após”, ressalta Dória.  

Aeróbico  

Queridinho de quem deseja emagrecer, o treino aeróbico tem funções que vão além da perda calórica.  

O professor de educação física André Milani adotou para seus alunos durante a quarentena o método Maximum Aerobic Function (MAF) – em português, “Função Aeróbica Máxima” –, que se concentra em melhorar a função do sistema aeróbico mesmo que os treinos não sejam como antes da pandemia.  

A prática foi criada por Phil

Maffetone, autor e treinador norte-americano de vários atletas campeões, como Mark Allen. Milani, que acompanha vários corredores, explica que conheceu o método e aproveitou o período de isolamento para difundir a proposta. Segundo ele, o MAF foca no “motor” de queima de gordura responsável por abastecer todas as necessidades do corpo.  

Neste tipo de treino, o batimento cardíaco é que manda na série de exercícios. “Esse treino analisa a frequência cardíaca máxima, além da idade e o atual condicionamento físico. Você não pode estourar determinado valor de frequência durante os treinos, que podem ser de musculação, bicicleta ou aeróbico”, indica.  

Segundo Milani, para quem é atleta ou mantém atividades físicas constantes, o importante é não desistir, seja em casa ou na academia. “Manter a prática de exercícios é importante para que, no retorno aos treinamentos, os atletas não estejam muito distantes do nível de antes”, explica.

Quem tentou aderir ao método em casa mesmo foi o corredor Reynaldo Sena. “O MAF tem como objetivo aumentar o condicionamento do praticante sem gerar altos níveis de estresse para o organismo”, explica Sena.  

Apesar de correr com frequência, ele explica que treinos de alta intensidade oferecem a possibilidade de atingir níveis de condicionamento físico mais rápidos, mas podem causar sobrecarga no corpo. Por isso, um dos objetivos é atingir o pico de performance minimizando o risco de lesões e fadiga excessiva. “Esse método não precisa ser aplicado somente na corrida e é uma ótima alternativa para realizar treinamentos em casa. O atleta pode realizar exercícios funcionais, praticar lutas, pular corda, correr em esteira. O único ponto essencial é manter-se dentro da frequência cardíaca alvo, que varia de indivíduo pra indivíduo”, completa Reynaldo.

Milani alerta, no entanto, que para saber o batimento cardíaco limite, o ideal é consultar um especialista da área e não confiar em cálculos disponíveis na internet.