Juiz alegou que, até o momento, a denúncia nem sequer foi analisada

Justiça nega pedido de liberdade a irmão de Neno Razuk
Jorge Razuk já foi preso por violência domésticaJorge Razuk já foi preso por violência doméstica / Foto: (Foto: Arquivo)

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a prisão preventiva de Jorge Razuk Neto, investigado em processo que apura promoção, constituição, financiamento e integração de organização criminosa, no âmbito da quarta fase da Operação Successione.

A ostensiva do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) atingiu a principal cédula do jogo do bicho no interior do Estado, que, segundo a condenação proferida na 4ª Vara Criminal de Campo Grande, nesta semana, era liderada pela família Razuk, sob o comando do deputado estadual Neno Razuk (PL).

O juiz José Henrique Kaster Franco optou por não atender ao pedido de revogação da prisão preventiva formulado pela defesa. No despacho, o magistrado fundamenta que a decisão que decretou a custódia cautelar foi proferida muito recentemente pelo Juízo de Garantias e que, até o momento, a denúncia nem sequer foi analisada.


 

Segundo o texto da decisão, a recusa em avaliar o mérito do pedido baseou-se no entendimento de que a reanálise da custódia, sem a apresentação de qualquer fato novo, transformaria o juízo de primeira instância em um juízo recursal.

Jorge Razuk Neto encontra-se detido preventivamente desde o dia 27 de novembro de 2025, quando agentes do MPMS avançaram contra a organização mantenedora do jogo do bicho no interior e com ramificações na Capital.

Deputado condenado
O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de organização criminosa armada, exploração de jogos de azar (jogo do bicho) e roubo. A sentença foi proferida pelo juiz José Henrique Kaster Franco, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande.

A decisão judicial, que também condenou outras 11 pessoas, aponta o parlamentar como líder operacional do esquema. O magistrado destacou a incompatibilidade das condutas com o cargo eletivo, afirmando que “não há nexo entre o exercício do cargo e os delitos a ele atribuídos”.

Apesar da gravidade da pena, foi concedido a Neno o direito de recorrer da sentença em liberdade.

As investigações do Gaeco, no âmbito da Operação Successione, indicam uma estrutura hierárquica familiar no controle do jogo do bicho em MS. Conforme documentos do Ministério Público, Roberto Razuk (o pai) seria o líder máximo da organização, detendo a palavra final sobre expansão e investimentos, estando acima do próprio filho, Neno Razuk.

Roberto Razuk, que teve a prisão preventiva decretada na 4ª fase da operação (deflagrada em 25 de novembro de 2025), cumpre a medida em regime domiciliar/hospitalar devido a um quadro de saúde gravíssimo.