
Servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não resistiram às respostas de negociação salarial do governo federal e também adeririam à greve que já paralisa cerca de 7,5 mil servidores em todo Mato Grosso do Sul. Os primeiros a cruzarem os braços foram trabalhadores das universidades, seguido das Justiça Federal e do Trabalho, do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e do Ministério Público da União (MPU).
A categoria do Incra rejeitou a contraproposta do governo válida para todos os servidores federais, que previa um aumento de 21,3% dividido em quatro anos. Os trabalhadores querem que seja cumprido o Aviso Ministerial firmado com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para reestruturar a carreira dos servidores do Incra equiparando à existente no Ibama ou no próprio Ministério Desenvolvimento Agrário (MDA). João Nascimento, do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais - MS (Sindsep), diz que os serviços do órgão, entre os quais, emissão de certidões e certificados, estão suspensos. Os servidores pleiteiam uma reposição salarial de 27,3 % que corresponde as perdas inflacionárias desde 2010 e aguardam uma reunião dos líderes com representantes do MDA e uma nova rodada de negociação.
A greve está mais forte em Campo Grande, com cerca de 100% dos servidores paralisados desde sexta-feira. As unidades do Incra em Corumbá, Jardim e Dourados aderiram ontem a greve por tempo indeterminado. Segundo os dirigentes do movimento, o Governo federal ignora a reforma agrária e a gestão fundiária do País, sucateando o Incra, ameaçando a soberania territorial e alimentar.
Todos os órgãos federais estão mantendo 30% do efetivo para prestar os serviços essenciais de cada instituição. Ao todo, a greve já atinge a maioria dos estados. Em Mato Grosso do Sul, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) está prestes a completar três meses de paralisação, bem como servidores da Justiça Federal e INSS. Por meio de nota, o Ministério do Planejamento informou que, há dois meses, o secretário Sérgio Mendonça vem recebendo para negociar representantes de todas as entidades sindicais, de forma setorial, em reuniões para tratar de questões específicas de cada categoria. “As propostas que estão à mesa no momento foram apresentadas no dia 20 de julho, em reunião com os sindicalistas no Fórum Nacional das Entidades. Na ocasião, foi reafirmado o índice de 21,3% em 4 anos e proposto adicionalmente reajuste de três benefícios: auxílio-alimentação, auxílio-creche e plano de saúde complementar”, concluiu a nota.