Jovem consegue fazer exames do pré-natal, mas problema não foi resolvido, em Goiânia. Secretaria Municipal de Saúde informou que já encaminhou documentação para correção do cadastro.

A grávida Tayrine de Souza Nunes, de 26 anos, que consta no Sistema Único de Saúde (SUS) como morta, teme não conseguir fazer o parto e registrar o bebê por causa do problema. A gestante afirma que está tentado resolver o problema há quase dois meses, sem sucesso. Ela descobriu o problema ao tentar fazer o pré-natal, mas foi novamente à uma unidade de saúde nesta segunda-feira (10) e confirmou que ela continua com registro de óbito.
A gestante conta que conseguiu liberação para fazer os exames, mas teme que o problema atrapalhe outros procedimentos. “Eles apagaram a data do óbito para tirar o chequinho e poder conseguir a consulta e os exames, mas eu continuo sem registro. Eles já me disseram que pode dar problema na hora de fazer o parto e posso não conseguir registrar o meu filho”, disse ao G1.
Nunes está no terceiro mês de gestação e já fez hemograma, exames de glicose e outros testes requisitados pela médica. Ela afirma que a data do óbito foi apagada, mas continua constando com morta no sistema. A grávida conta que, apesar de ter acompanhamento médico, fica frustrada com a demora para que a situação seja resolvida.
“Eu fico decepcionada, verdadeiramente. Porque eu vim esperando uma coisa e não tenho resposta”, disse em entrevista à TV Anhanguera.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou que “já deu resolutividade ao caso para que a paciente realize o acompanhamento pré-natal pelo Sistema Único de Saúde da Capital e encaminhou documentação ao Ministério da Saúde para que a reativação do cadastro da jovem seja concluída”.
Problema cadastral
A jovem nasceu no dia 15 de janeiro de 1991, mesmo data em que teria morrido, segundo o cadastro do SUS. Ela contou que no dia 16 de maio passou mal, foi ao hospital e descobriu que estava grávida.
No dia seguinte, Tayrine foi até a Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, onde foi informada que estaria "morta", por isso não conseguia atendimento.
No hospital, ela foi informada que teria de procurar o posto de saúde do Jardim Primavera, onde fez o cartão do SUS, para resolver o problema. Porém, lá ela foi encaminhada para o distrito sanitário, para arrumar as questões cadastrais. Novamente, o problema não foi resolvido. Foi solicitada então que ela fosse até o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde a situação permaneceu inalterada.
Curiosamente, a jovem diz que já conseguiu atendimento na rede pública outras vezes e que o problema nunca foi constatado. "Eu fiz esse cartão em 2013 e de lá para cá, já precisei e fui atendida algumas vezes. Agora é que descobrimos essa situação", pontua.