Entre tantas mudanças que podem e devem, ser feitas para melhorar o trânsito, a primeira é a formação dos condutores. Dirigir sem habilitação é crime e pode causar graves mudanças na vida de várias pessoas. Este é o tema da terceira reportagem da série Trânsito que eu tenho, trânsito que eu quero, exibida pela TV Morena, em Campo Grande.
O processo de formação de um novo condutor avalia a capacidade psicológica, o conhecimento teórico e a habilidade prática dos candidatos. Mesmo pessoas que já são habilitadas devem renovar seus conhecimentos, porque, com o tempo, até motoristas experientes acabam esquecendo algumas regras básicas.
O estudante Gabriel Engers, de 20 anos, contou que nasceu de novo. “Eu acho que uma chance dessa eu não vou ter mais de novo não”, afirmou o rapaz.
Essa reflexão tem marcado a vida de Gabriel. Em 2011, quando tinha só 17 anos, ele sofreu um grave acidente junto com mais seis amigos, também menores de idade na época. O jovem, lembra que todos estavam numa festa, quando resolveram sair para comprar mais bebidas alcoólicas. O veículo em que os adolescentes capotou na saída para Três Lagoas e um deles, de 15 anos, morreu. O motorista também tinha apenas 15 anos e estava embriagado.
Após 33 anos de habilitação, Jovelino Soares aceitou o desafio de testar suas habilidades no trânsito e voltou ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) para refazer as provas. “Algumas coisas eu lembro, faz um bom tempo que eu não faço esse tipo de avaliação”, relatou o homem.
Jovelino fez o teste dentro do tempo limite. Manobrou bem o carro na hora de simular o estacionamento em uma garagem de frente, e também de ré. A baliza foi feita sem problemas também. Mas, no fim da avaliação, quando ia tirar o carro da garagem, ele errou.
Se o teste fosse de verdade o homem estaria reprovado e deveria voltar ao Detran em 15 dias para refazer o exame. Apesar da falha, a avaliação do instrutor foi positiva. E o motorista sabe no que errou. “Falta de atenção. Se tivesse cuidado mais o retrovisor, não teria acontecido”, contou Jovelino.
Simulador
A partir de janeiro de 2016, quem estiver tirando habilitação deve fazer, pelo menos, cinco aulas práticas no simulador. Até o 31 de dezembro de 2015, todos os estados já deverão ter os equipamentos disponíveis. Em Campo Grande, dez máquinas devem atender a demanda.
“Você consegue simular uma alcoolemia, simula o peso dele, se ele tomou uma cerveja ou wisque, alguma coisa. Você consegue dar uma aula pra ele numa rodovia. Em curvas, com chuva, com aquaplanagem, com veículo vindo de frente pra ele com farol alto. Muitas vezes simulando também uma ultrapassagem ou um animal na pista. São tudo situações diversas que você consegue simular na máquina”, disse o Presidente do Sindicato do Centro de Formação de Condutores, Wagner Prado.