Ação é realizada um ano após a PF ter cumprido mandado de busca e apreensão na casa de André Puccinelli. Esta é a 4ª fase da operação Lama Asfáltica.
O ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), é um dos alvos de operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quinta-feira (11), em Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Policiais estiveram no apartamento dele, no bairro Jardim dos Estados, e o levaram em viatura caracterizada à Superintendência da PF.
Ainda não há confirmação de qual mandado foi expedido pela Justiça contra Puccinelli, que há um ano teve busca e apreensão no apartamento, no âmbito da operação Fazendas de Lama. Outras pessoas foram alvos na ação, que apurava desvio de dinheiro público e compra de fazendas para lavar o dinheiro.
Nesta quinta-feira, policiais e servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal foram também à Secretaria de Estado de Fazenda, no Parque dos Poderes, e à uma empresa de saúde.
A ação desta quinta-feira leva o nome de Máquinas de Lama e é desdobramento de outras três, realizadas entre 2015 e 2016: Lama Asfáltica, Fazendas de Lama e Aviões de Lama, todas relacionadas à corrupção com dinheiro público. A suspeita é que o prejuízo aos cofres públicos seja de R$ 150 milhões, somente com fraudes detectadas nesta 4ª fase de investigação.
De acordo com a PF, são cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva, 32 mandados de busca e apreensão e sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.
As medidas judiciais são cumpridas em Campo Grande, Nioaque, Porto Murtinho, Três Lagoas, São Paulo e Curitiba, com a participação de aproximadamente 270 Policiais Federais, servidores da CGU e servidores da Receita Federal.
Fraude
Conforme a PF, os alvos direcionavam licitações públicas, superfaturavam obras, faziam aquisição fictícia ou ilícita de produtos e corrompiam agentes públicos. Os recursos desviados resultaram em lavagem de dinheiro.
Ainda de acordo com a PF, investigações revelaram que a fraude em licitações e superfaturamento de obras eram feitas com documentos falsos para justificar a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos, e para obtenção de benefícios e isenções fiscais.
Os valores repassados como propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. Daí o nome da operação.