Em frente à rua da instituição militar, concentraram-se centenas de pais, discentes e docentes do ensino secundário do Colégio Pedro II (CPII), uma escola pública com 13 mil alunos que foi afetada pelo corte de verbas designados para os institutos e universidades federais do país.

Estudantes protestam contra Bolsonaro no Rio
/ Foto: Reprodução

Nessa segunda-feira, 6, professores, alunos e pais realizaram um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro em frente ao Colégio Militar do Rio de Janeiro. Bolsonaro estava presente no colégio, onde participava de uma solenidade para marcar os 130 anos da instituição.

Em frente à rua da instituição militar, concentraram-se centenas de pais, discentes e docentes do ensino secundário do Colégio Pedro II (CPII), uma escola pública com 13 mil alunos que foi afetada pelo corte de verbas designados para os institutos e universidades federais do país.

Participaram também estudantes do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFRJ), do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), da Fundação Osório e do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ), além de pais de alunos e professores das instituições.

Frases como “”Educação não é gasto, é investimento” e “Educação não é esmola. Bolsonaro, tira a mão da minha escola” estavam escritas nos cartazes que os alunos seguravam. A Polícia do Exército e policiais militares estavam presentes no local para acompanhar o protesto.

O presidente durante a solenidade não comentou sobre a manifestação, mas aproveitou a ocasião para defender a abertura de colégios militares em todas as capitais do país.

“O que traz um homem ou mulher para fora de uma situação difícil em que se encontra é o conhecimento. Queremos mais crianças e jovens estudando nesses bancos escolares. Respeito, disciplina e amor ao país são importantes fundamentos dessas escolas [militares]”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro também mencionou a construção de um colégio militar em São Paulo, na área do Campo de Marte. “Já estamos concretizando a construção daquele que seria, pela área disponível, o maior colégio militar do país, na área do Campo de Marte, em São Paulo”, disse.

Atualmente, o país conta com 13 colégios militares, 11 deles em capitais. De acordo com o plano de Bolsonaro, seria necessário construir 16 novos colégios.

Na semana passada, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou o plano de cortar investimentos nas faculdades de Filosofia e Sociologia, medida que Bolsonaro apoiou argumentando que o objetivo era focar “áreas que gerassem retorno imediato para o contribuinte, como veterinária, engenharia e medicina”.

O ministro ainda anunciou o bloqueio de 30% dos recursos para as universidades e institutos federais de todo o país com o argumento de que o governo dará prioridade à educação básica, mas a medida afetou em cheio instituições como o tradicional Colégio Pedro II, no Rio, uma das unidades de ensino básico e médio da rede federal. Na semana passada, o colégio anunciou que deve perder 36,37% do seu orçamento com os cortes.