Para deputado, em países como a Bolívia, tudo que não seja de extrema-esquerda é considerado como 'de direita'

‘Esquerda soft’, define Pollon sobre candidatos ao 2º turno na Bolívia
Para deputado, em países como a Bolívia, tudo que não seja de extrema-esquerda é considerado como 'de direita' / Foto: Deputado Marcos Pollon. (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Apesar de figurarem como candidatos da direita ao segundo turno das eleições na Bolívia — principalmente pela derrota da considerada esquerda nas urnas no último domingo (17) —, o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) define os postulantes como de centro-esquerda.

Rodrigo Paz Pereira, da chapa de direita Partido Popular Cristão, ficou em primeiro com 32,08% dos votos, enquanto Jorge “Tuto” Quiroga, do Liberdade e Democracia, foi o segundo mais votado com 26,94%. 

“O candidato que a direita efetivamente tinha para o País, José Carlos Sanchez, foi inviabilizado pelo regime. Ambos os candidatos estão mais a direita perante o regime, mas não são ‘de direita’.”, afirma ao Jornal Midiamax.

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Paz surpreendeu ao se colocar como um outsider durante a campanha e se beneficiou da desconfiança dos bolivianos em relação à classe política. As pesquisas de opinião haviam colocado Quiroga e o candidato Samuel Doria Medina no segundo turno, mas Medina amargou o terceiro lugar, com 19,93%.

“O grande problema de um País imerso nas mazelas do socialismo durante muito tempo é que qualquer coisa que não seja extrema-esquerda, eles identificam como direita”, opina Pollon.

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Assim, as eleições confirmaram a rejeição ao partido de esquerda Movimento ao Socialismo (MAS), que governou a Bolívia durante 20 anos, primeiro com Evo Morales e depois com Luis Arce.

Andrónico Rodríguez, o principal candidato de esquerda, ficou na quarta colocação, com 8,15%. Já o candidato do MAS, Eduardo del Castillo, terminou a eleição em sexto lugar, com 3,14% dos votos.

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“Ambos são o que chamamos no Brasil de ‘direita permitida’, esquerda soft ou centro-esquerda. Ambos os candidatos são de uma esquerda mais moderada, mas ainda permanecem sendo de esquerda”, finaliza o parlamentar sul-mato-grossense.