Depois de rifar quadro para tratamento do irmão, Ana Duarte quer fazer seu nome no caminho das artes em MS

Conheça a garota de 15 anos que se destaca nas artes plásticas
INDÍGENA. “Gosto muito dessa temática, por achar muito linda a cultura deles, e retratar isso na arte é ainda mais bonito”, diz Ana Duarte / Foto: Arquivo Pessoal

Ela já se considera artista, mas ainda não tão independente, porque, em parte, suas telas têm também mãos dos professores que a acompanham. Com 15 anos recém-completados, Ana Duarte assina releituras dentro e fora das temáticas que admira – indígena e africana – e tem no gosto de pintar a sua maior paixão. Desde os 12 anos começou a frequentar aulas de pintura, depois de muito insistir com os pais, o que anos mais tarde se revelou como um grande incentivo ao talento da filha. 

A menina de voz doce e ainda infantil se recorda do primeiro quadro feito. “Foi do Romero Britto, dois peixinhos que estão se beijando”, descreve. Recentemente, ela ficou conhecida nas redes sociais por meio de entrevistas, depois de ter rifado um dos quadros para o tratamento de saúde do irmão, Pedro, que tem autismo. Hoje, o dinheiro das telas entra, ajuda a família, mas está mais voltado aos projetos da adolescentede crescer e amadurecer artisticamente. “Invisto em telas, cursos e workshops para aprender mais e mais”, diz.

A reação das pessoas ao conhecerem quem está por trás das telas já faz parte da rotina de Ana. “Nossa, 13 anos? 14? Agora eu já tenho 15, mas bastante gente se surpreende”, afirma. 

A vida de artista é compartilhada com os estudos. Ana ainda está no 1º ano do Ensino Médio e, apesar de toda a dedicação às artes, não pretende viver dela, e sim cursar Direito, passar em concurso e seguir com o hobby.

Entre as técnicas que mais gosta de exercitar estão óleo sobre tela, espatulado e técnica mista. “A mista eu gosto muito, pois me dá a liberdade de me expressar da forma que quero, colando tecidos, pedras, miçangas. O espatulado eu acho muito legal por ser tudo meio indefinido, mas que, a uma certa distância, você consegue visualizar o que aqueles borrões de tinta querem dizer”, ensina. 

A menina já participou de exposições com um coletivo de artistas. “A arte é uma coisa realmente incrível, você pode se expressar da forma que quer e do jeito que gosta, que se identifica, e eu gosto de me aventurar  e me descobrir cada vez mais em cada técnica.”