Justiça de Mato Grosso do Sul condenou o parlamentar a 15 anos e 7 meses por jogo do bicho.
O deputado estadual Neno Razuk (PL) participou de forma remota da última sessão plenária de 2025 da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), realizada nesta quarta-feira (17). Há dois dias a Justiça de Mato Grosso do Sul condenou o parlamentar a 15 anos e 7 meses de prisão por integrar uma organização criminosa voltada à tomada do controle do jogo do bicho em Campo Grande.
Segundo a assessoria de comunicação, o deputado optou por participar da sessão de forma remota sem explicar o motivo.
O presidente da Alems, Gerson Claro (PP), afirmou que a Casa ainda não foi oficialmente notificada pelo Judiciário sobre a condenação do deputado. Segundo ele, sem comunicação formal, não haverá qualquer manifestação institucional.
“A gente não pode falar nada sem ter [a notificação] oficialmente. Se não, vira especulação”, declarou à reportagem.
Com o encerramento dos trabalhos legislativos, a Assembleia entra em recesso, com previsão de retomada das atividades em fevereiro de 2026.
Condenação de Neno Razuk
A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou o deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), a 15 anos e 7 meses de prisão por integrar um grupo criminoso com o objetivo de assumir o controle do jogo do bicho em Campo Grande. Outras 11 pessoas também foram condenadas pelo mesmo crime.
A sentença foi proferida nesta segunda-feira (15) pela 4ª Vara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). No documento ao qual o Primeira Página teve acesso, consta que os réus tentaram anular o processo, alegando nulidades nas investigações.
As defesas sustentaram que policiais teriam ingressado ilegalmente em imóveis durante a apuração. No caso específico de Neno Razuk, a defesa alegou ausência de justa causa, apontando que a denúncia seria genérica e desprovida de lastro probatório.
Também argumentou que a investigação não descreveu de forma suficiente como o parlamentar exerceria domínio sobre a suposta organização criminosa.
Em 2023, Neno Razuk foi alvo da Operação Successione, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
À época, 15 pessoas foram denunciadas por constituir uma organização criminosa dedicada à prática de crimes como roubo majorado, exploração de jogos de azar e corrupção, entre outros.
Segundo o Ministério Público, ao deputado estadual é atribuída a liderança da organização criminosa. De acordo com as conclusões do Gaeco, Neno teria levado aliados de Dourados para atuar na exploração do jogo do bicho em Campo Grande.
Ele teria se aproveitado do vácuo deixado pela Operação Omertà, que resultou na prisão do clã Name e de seus colaboradores, grupo que, segundo as investigações, dominou por anos a exploração do jogo ilegal na capital.