Rafael nasceu prematuro e ao chegar em casa pela primeira vez, ganhou recepção emocionante do pai, mãe e irmãzinha.

Com mêsversário no hospital, Rafael tem belos registros enquanto cresce
Os primeiros registros de vida foram dentro do hospitais e as fotos são cheias de emoções. / Foto: Bia Terra Fotografia

As fotografias são de encher os olhos e, certamente, um dia Rafael, hoje com dois meses de vida, irá se emocionar também. No hospital, após nascer prematuro, ele ganhou belos registros de seu crescimento e olhares dos pais que lutaram firme para que o filho pudesse conhecer outro mundo.

No hospital, ele comemorou seu primeiro mês de vida, ao lado da mãe Daienny Gonçalves de Lima e o pai Leonardo Busanello de Araújo. Mas foi a irmãzinha, Luiza quem protagonizou cenas de deixar qualquer um com olhos marejados, ao fazer de tudo para tocar nas mãos do irmãozinho que ela tanto esperava chegar em casa.

Sensível com as palavras, a mãe é quem conta o começo de tudo, desde que Rafael veio pela primeira vez à cabeça, antes do teste positivo de gravidez. “Eu já sentia, mas comprei o teste e guardei ele um dia, com medo do resultado. Ao fazer, deu negativo, talvez porque era muito cedo ainda e tentei me apegar nisso. Certo dia, no meio do caos que era cuidar da Luh sozinha, eu a coloquei no berço e abri o guarda-roupas para pegar uma fralda. Nesse movimento, me veio um menino na cabeça e tentei desmanchar esse pensamento imaginando que era consequência das propagandas com bebês que andei vendo”, recorda.

O casal namorava quando outro bebê veio à cabeça de Daienny que já suspeitava da gestação. “Cerca de uma semana depois, num dos desabafos sobre mais um dia difícil sendo mãe solo, ele perguntou se eu queria que ele fosse morar com a gente. Pensei, pensei e aceitei”.

Daienny então comprou outro teste de gravidez, com o coração na mão, para ter certeza do que havia sentido. O positivo “gritou” na fitinha e ela acabou fazendo uma surpresa. “Léo chegou à noite com uma mala pequena e assim que entrou na sala, recebeu a notícia de que iria ser pai, mesmo que já fosse pai de coração da Luíza”.

Juntos, pai e mãe encararam os desafios de uma gestação difícil. Daienny teve um descolamento de placenta, provavelmente pelo excesso de esforço físico. “Eu não conseguia parar quieta”, lembra.

Ficou internada e, com um mês de repouso, voltou à vida normal de uma grávida. Três semanas depois, outro susto. Daienny teve sangramentos fortes o que acarretou em repouso absoluto. “O sangramento nunca mais parou e, toda vez que piorava muito, corríamos pro hospital. Uma infecção urinária quase provocou a interrupção da gravidez. Tratei e melhorou. Depois, mais sangramento, mais contrações, dores, medo, cansaço e sobrecarga para todos nós”.

Aos 7 meses, numa cesariana de emergência, Rafael nasceu. “E nasceu chorando. Leonardo chegou a tempo de ouvir o chorinho forte comigo. Após tanto sofrimento, dor e medo, respiramos aliviados pensando que tudo aquilo tinha acabado. Mas não”.

Foram dois meses vendo Rafael ganhar forças dentro do hospital. Mas, logo no começo, Daienny enfrentou dores fortes de cabeça e o aperto no coração com a ausência do filho. “Não pude ficar com o Rafa na ala neonatal em que ele estava. Foram dias de depressão e total desânimo. Minha relação inicial com ele era esquisita e obviamente fora do normal de mãe e filho.

Sem contato físico, sem colo, sem peito, sem o aconchego da nossa casa. Sofri pela pressão que fazia comigo mesma por não estar lá com ele. Sofri pela distância da minha filha, com quem eu tinha um vínculo tão forte trazido da maternidade solo e ainda tinha um casamento recente que fugiu de toda a naturalidade da adaptação. Do processo de aprender a viver a dois, do se conhecer, se curtir e se amar”.

De início, mesmo com o abraço de Leonardo, Daienny se viu distante, até que novas decisões a fez dar um passo à frente. “E assim consegui tomar fôlego e ir acompanhar de perto o Rafael. Fomos nos conhecendo e começando a construir de pouco em pouco o nosso vínculo. Léo cuidou da Luiza todo o tempo em que eu não pude, com a ajuda da minha sogra e da minha mãe. Passei a ficar com o Rafa o dia todo no hospital e vinha para casa dar boa noite para Luiza e um bom dia antes dela ir pra escola”.

Rafael foi progredindo e ganhando bochechinhas que hoje deixam os pais apaixonados. Luiza o visitou algumas vezes no hospital, sempre perguntando para ele, no idioma dela, se ele queria colo e o enchendo beijinhos.

Com olhar sensível da fotógrafa Bia Terra, Rafael teve seu primeiro ensaio, dentro do hospital. E no dia em que ele completou o segundo mês de vida, os pais marcaram o segundo ensaio fotográfico, mas receberam uma notícia que não imaginavam. “Quando tudo já estava tudo acertado com ela (Bia) pelo whats, as residentes chegaram para me avisar que o Rafael receberia alta naquele dia”.

Agora, os registros são em casa. Com olhar apaixonado de Luiza e a segurança do amor dos pais. “E percebendo a linha que divide ele ainda no hospital e ele aqui com a gente, eu pude sentir de verdade o que significa recomeço”, diz a mãe.