“Os preços firmes mostram que os valores do mercado externo e a taxa de câmbio continuam favoráveis para a sustentação dos preços enquanto a produção menor impossibilita a desvalorização”, assinala o Siga-MS.

Com colheita ainda tímida, MS já vendeu 56% da safra de milho

Mesmo com a colheita na fase inicial e projeção de quebra de 40% na produção, o agronegócio sul-mato-grossense já comercializou até 12 de julho 56% do milho segunda safra 2021, percentual 9% superior ao de igual período do ciclo anterior, de 2020. 

Essa informação consta em levantamento da Granos Corretora mencionado no mais recente boletim Casa Rural do Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), divulgado por Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja). 

O documento indica que algumas regiões já começaram a colher os 2,003 milhões de hectares cultivados em território sul-mato-grossense, mas os trabalhos devem ser intensificados em agosto. 


Mesmo com aumento de 5,7% da área cultivada em relação ao ano passado, que chegou a 1,895 milhão de hectares e resultou em 10.618.346,78 toneladas produzidas com média ponderada de 93,4 sacas por hectare, o agronegócio estadual projeta quebra de 40,8%. 

Devido às adversidades climáticas marcadas com estiagem, queda de granizo e geadas, as projeções foram revisadas duas vezes desde o plantio.  Inicialmente, as estimativas iniciais do setor produtivo apontavam para 75 sacas por hectare e 9,013 milhões de toneladas. Porém, os efeitos da estiagem após o plantio e de chuvas de granizo na primeira quinzena de junho motivaram a primeira revisão, para 68,7 sacas por hectare e 8,251 milhões de toneladas. Posteriormente, as geadas ocorridas entre o final do mês passado e o início de julho reduziram ainda mais as projeções, que passaram para 52,3 sacas por hectare e 6,285 milhões de toneladas.

Nesse mais recente boletim Casa Rural, o Siga-MS aponta que 63% das lavouras do Estado têm classificação “ruim”, “com diversos critérios negativos, como alta infestação pragas (plantas daninhas, pragas e doenças) ou falhas de stand, desfolhas, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, dentre outros sintomas que causem elevada perda de potencial produtivo”. 

Com plantas “que apresentam poucos danos causados por pragas, stand razoável e pequenos amarelamentos das plantas em desenvolvimento”, 36% da área cultivada foram classificadas como “regulares” e apenas 1% “bom”, por não apresentar nenhuma das características anteriores, “possuindo plantas viçosas e que garantem uma boa produtividade”.


O contraponto às estimativas e classificações ocorre na cotação do milho, que entre 12 e 19 de julho de 2021 teve a saca de 60 quilos negociada a R$ 88,13 no mercado interno. 

Ainda conforme o boletim Casa Rural, as cotações do cereal se acomodaram entre R$ 84,00 e R$ 90,00 desde o dia 4 passado e neste mês a valorização da saca foi 4,44%.

“Os preços firmes mostram que os valores do mercado externo e a taxa de câmbio continuam favoráveis para a sustentação dos preços enquanto a produção menor impossibilita a desvalorização”, assinala o Siga-MS.

Por fim, ao citar que o valor médio de julho, R$ 87,38 por saca, representou alta de 127,08% em relação aos R$ 38,48 do mesmo período de 2020, a publicação reitera que “que essas cotações não significam que o produtor está recebendo esses valores, uma vez que há uma escassez de estoques de milho junto ao produtor neste momento e a comercialização antecipada ocorre de modo gradativo”.