Em junho, Capital registrou 399 casos da doença, número 83,5% inferior ao registrado no mês de maio.

Com chegada do frio, casos de dengue diminuem em Campo Grande
Em junho, Capital registrou 399 casos da doença, número 83,5% inferior ao registrado no mês de maio. / Foto: Reprodução

No mês de junho, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) registrou 399 casos de dengue em Campo Grande, número 83,5% inferior ao registrado no mês anterior, e o menor índice da série histórica divulgada nesta quarta-feira (28), que compreende todo o ano de 2022 e o primeiro semestre de 2023.

Do dia 1º de janeiro ao dia 24 de junho foram notificados 13.153 casos de dengue no município e 4 óbitos. No mesmo período, a Capital registrou três casos de Zika e oito de chikungunya.

Em janeiro de 2023, os dados apontam para o início do aumento da incidência da doença, já que o município registrou 1.221 casos, número maior do que o registrado nos seis meses anteriores.

Em março deste ano, Campo Grande chegou a registrar 3.701 notificações de dengue, o que colocou a Capital em situação de epidemia. A partir do mês de abril houve uma leve redução no número de casos. Comparando com o mês de maio, houve redução de quase 40%, saindo de 3.587 para 2.430 casos.

Se analisar o ano passado, é possível notar redução no número de casos a partir do mês de junho, período de transição para a chegada do inverno. Até o momento, o levantamento também aponta para uma redução significativa neste ano, o que é visto com otimismo pelas autoridades de saúde.

Os dados são do relatório da Sala de Situação de Arboviroses.

Para a Prefeitura de Campo Grande, a redução é resultado de ações estratégicas que vem sendo executadas nas sete regiões e distritos da Capital, que conta com monitoramento de áreas de risco, visitas domiciliares, remoção de materiais inservíveis, potenciais criadouros do mosquito e eliminação de focos.

As medidas fazem parte da megaoperação “Operação Mosquito Zero”, lançada no início do ano, que ao longo de quatro meses percorreu o município. Ao todo, foram vistoriados mais de 80 mil imóveis, toneladas de materiais inservíveis foram recolhidos e centenas de focos do mosquito Aedes aegypti foram eliminados.

Paralelo à Operação Mosquito Zero, o trabalho de rotina e monitoramento é intensificado com o uso das chamadas “Ovitrampas”, além da sensibilização e engajamento comunitário, através das ações de Educação em Saúde nas escolas públicas e privadas e empresas.

O município também apostou na instituição e fortalecimento de parcerias, ampliando a adesão ao projeto “Colaborador Voluntário”, que tem o objetivo de instituir a cultura da prevenção, implementando ações compartilhadas entre o poder público e privado, propiciando às empresas envolvidas no processo condições para desenvolverem de modo eficiente o programa de prevenção evitando as doenças de caráter endêmico e epidêmico.

Apesar dos dados positivos, é necessário que as ações continuem sendo intensificadas. Hoje, oito bairros de Campo Grande ainda apresentam alta incidência da doença, sendo classificados com risco muito alto. São eles:  Caiobá, Los Angeles, Nova Campo Grande, Noroeste, Núcleo Industrial, Popular, Rita Vieira e Tijuca.

Nestas localidades, os trabalhos estão sendo intensificados com a realização de ações programadas, com o objetivo de reduzir os índices.

Cuidados permanentes
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SVS-SESAU), Veruska Lahdo, reforça que 80% dos focos do mosquito é encontrado dentro do nosso lar, diferente do que muita gente pensa. Naquele vaso de planta que fica no fundo de quintal, na calha entupida e em materiais inservíveis jogados no quintal.

“Portanto é preciso que isso sirva de alerta para a população e que todos nós tenhamos consciência. O poder público faz a sua parte, mas é extremamente necessário o envolvimento de todos nesta batalha”, destaca.

O maior número de focos são encontrados em pequenos depósitos de água, como garrafas, vasos de plantas, embalagens plásticas, entre outros.

A superintendente enfatiza que o trabalho de combate ao Aedes aegypti é constante. “Diariamente as nossas equipes estão empenhadas nas ações de rotina e mutirões com o objetivo de reduzir os índices de proliferação e, consequentemente, de notificações da doenças transmitidas pelo mosquito, como a dengue, zika e chikungunya”, finaliza.