Auditoria aponta irregularidades em projetos sociais e eventos religiosos no Amapá, envolvendo R$ 1,97 milhão.

CGU investiga desvio de emendas Pix de Randolfe Rodrigues

A Controladoria-Geral da União (CGU) está no centro de uma investigação que apura o possível desvio de R$ 1,97 milhão em emendas Pix destinadas pelo senador Randolfe Rodrigues para projetos sociais e eventos religiosos no Amapá. A auditoria da CGU revelou uma série de irregularidades que levantam sérias questões sobre a gestão e a destinação dos recursos públicos.

Um dos focos da investigação são as ações culturais do Dia do Evangelho no Amapá em 2024, que receberam R$ 470 mil em emendas Pix. A CGU apontou dispensa irregular de chamamento público, divergências entre os serviços contratados e executados, fragilidade na prestação de contas e risco de direcionamento nas contratações, além de pouca transparência na divulgação dos valores utilizados. As descobertas lançam uma sombra de dúvida sobre a lisura do processo e a real utilização dos fundos.

O Projeto Carrinho de Oportunidades
Outro ponto crítico é o projeto Carrinho de Oportunidades, que recebeu R$ 1,5 milhão para capacitar 600 ambulantes e entregar 300 carrinhos durante a 53ª Expo Feira do Amapá. A verba foi repassada ao Centro Amazônico de Ensino Profissionalizante Mario Martins (Caep), escolhido sem a devida concorrência. A CGU destacou o direcionamento na escolha da ONG e o parentesco de primeiro grau entre um servidor responsável pela contratação e uma colaboradora da entidade, indicando possíveis conflitos de interesse. Além disso, foram identificadas treze contratações consideradas direcionadas, o que agrava ainda mais a situação.

A cereja do bolo, ou talvez a mancha mais visível, é a promoção pessoal do senador Randolfe Rodrigues nos carrinhos do projeto, uma prática expressamente proibida pela Constituição. O parlamentar divulgou diversas publicações sobre a iniciativa em suas redes sociais, o que configura uma possível utilização dos recursos públicos para fins de autopromoção. A situação é, no mínimo, desconcertante e levanta sérias questões éticas e legais.

Em resposta às acusações, Randolfe Rodrigues declarou ter solicitado a imediata inabilitação das entidades envolvidas e pediu ao STF que os responsáveis respondam conforme a lei, caso sejam comprovadas irregularidades:

"Depois de saber da auditoria, solicitei a imediata inabilitação das entidades envolvidas e pedi ao STF que os responsáveis respondam conforme a lei, caso sejam comprovadas irregularidades" - afirmou Randolfe Rodrigues, senador.

Aguardemos os próximos capítulos desta investigação, que promete trazer à tona mais detalhes sobre o uso de emendas Pix e a conduta dos envolvidos. A transparência e a correta aplicação dos recursos públicos são pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, e casos como este merecem toda a atenção e rigor por parte das autoridades competentes.