Batizada como Lança do Sul, a iniciativa chega na esteira dos bombardeios norte-americanos contra embarcações de supostos traficantes de drogas perto da costa da Venezuela, que já assassinaram ao menos 80 pessoas ao longo dos últimos meses.
O secretário do Departamento de Guerra dos Estados Unidos, Peter Hegseth, anunciou uma nova operação militar para combater o narcotráfico no Hemisfério Sul.
Segundo ele, a operação será liderada pela Força-Tarefa Conjunta Lança do Sul e pelo Comando do Sul, que supervisiona as atividades militares dos EUA na América Latina e no Caribe.
– Essa missão defende nossa pátria, remove os narcoterroristas de nosso hemisfério e protege nossa pátria das drogas que estão matando nosso povo. O Hemisfério Sul é a vizinhança da América, e nós vamos protegê-lo – acrescentou.
O anúncio foi feito em meio aos temores a respeito de uma possível escalada militar dos Estados Unidos contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, que está em estado de mobilização máxima contra eventuais ataques.
– Não a outras guerras externas, não a mais guerras injustas, chega de Líbia, nunca mais Afeganistão. Que viva a paz – disse o presidente venezuelano durante uma marcha pró-governo em Caracas, na quinta-feira. Questionado se tinha alguma mensagem para Donald Trump, Maduro respondeu, em inglês: “Yes, peace! Yes, peace!” (“Sim, paz”).
Venezuela
Já o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, alertou que um eventual conflito teria “consequências incalculáveis” para “todos os países do continente, incluindo os Estados Unidos”.
Enquanto isso, dois navios de guerra dos EUA foram avistados a cerca de 50 quilômetros da costa do estado venezuelano de Falcón, em águas internacionais, mas dentro da zona econômica do país sul-americano. Trata-se do contratorpedeiro USS Stockdale e do cruzador de mísseis USS Gettysburg.
Em meio à crescente tensão entre Washington e Caracas, o governo da Rússia, aliado de Maduro, alertou nesta sexta-feira para o risco de “desestabilização” no litoral venezuelano e no Caribe. “O direito internacional encontra-se em um estado lamentável em muitas partes do mundo”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.