*Por Bosco Martins

Campo Grande… terra dos ipês amarelos, brancos, rosas e roxos. Cheguei em 1984, vindo do interior paulista para trabalhar como repórter. A cidade me recebeu de braços abertos.
Aqui construí minha vida com Márcia, bióloga e jornalista, e nasceram nossos filhos, Pedro e Mariana, campo-grandenses da gema. Eu, paulista de nascimento, tornei-me campo-grandense de coração.
Vi a cidade crescer: o Camelódromo nascer em 1998, a Afonso Pena pulsar como nossa “25 de março”. Mas também vi contradições: desigualdade, exclusão, promessas que pouco mudaram a realidade.
Ainda assim, me impressiona a força do nosso povo: artistas, comunidades, instituições solidárias que sustentam e melhoram a cidade. Campo Grande precisa de coragem para romper velhas práticas e se tornar um lar mais humano.
Amo essa aldeia que escolhi. Amo seus ipês que florescem após a seca, lembrando que a vida sempre renasce. Campo Grande ainda é jovem, às vezes desordenada, mas sempre cheia de vida.
Meu coração floresce ao som dos ipês da Cidade Morena.
*Bosco Martins é jornalista e escritor