Campo Grande: Dilma manda impedir entrada de manifestantes do judiciário federal na solenidade de in

Servidores do poder judiciário e Ministério Público da União reclamam reajuste salarial e criticam a corrupção no País.

A presidenta Dilma Rousseff mandou impedir a entrada de servidores do poder judiciário e Ministério Público da União em Mato Grosso do Sul na solenidade de inauguração da Casa da Mulher Brasileira, onde manifestariam sua indignação por não receberem reajuste salarial há 9 anos, enquanto outros servidores do judiciário federal, como juízes e procuradores  acumulam reajuste de 40% além de R$ 4.300,00 de auxílio moradia.

 De acordo com diretores do Sindjufe/MS, sindicato que representa a categoria, os agentes do governo já aguardavam os servidores que portavam camisetas (pretas) do sindicato pedindo “aumento já”. Suas faixas e cartazes também ficaram proibidos de entrar mesmo com pessoas sem a camiseta. Ao contrário de outras categorias, que entraram com faixas e cartazes e camisetas padronizadas inclusive, mas que não falavam mal do Governo.

 “É lamentável que um governo que se diz democrático e que vem de um partido marcado pela luta sindical, tomar uma atitude como esta de censurar nossa presença nesta solenidade pública e em local público”, afirmou, indignado, José Ailton Pinto, coordenador jurídico do Sindjufe/MS.

Presentes à solenidade, mais de 200 servidores do judiciário federal e MPU de MS. Muitos deles conseguiram entrar porque não estavam com camisetas do sindicato. A Secretaria Geral da Presidência da República parecia saber bem quem poderia entrar ou não. Manifestantes de sem terra, por exemplo, entraram com faixas e cartazes porque não estavam criticando o Governo. Pelo contrário, só elogios.

Eliezer Inácio de Oliveira, coordenador geral do sindicato e José Ailton foram chamados por um representante da secretaria geral da Presidência da República, Wagner Macedo, que tentou justificar a não permissão da entrada dos manifestantes com camisetas do sindicato e faixas de protesto. “Não nos convenceu, pois estamos numa democracia e isso jamais deveria ocorrer numa solenidade púbica, em local aberto na cidade”, afirmou o sindicalista.

Mesmo sem poder entrar em meio ao público e autoridades, os manifestantes resolveram portar as faixas e cartazes em duas principais vias de acesso ao local. Uma delas, por onde a presidenta Dilma Rousseff passou em carro (blindado) fechado.

“Nós não nos esmoreceremos! Iremos a Brasília e vamos pressionar como nunca, até que seja feita justiça com nossos vencimentos que estão há 9 anos sem reajuste”, afirmou Antônio César Medina, coordenador do sindicato.