Essa foi a avaliação do diretor de Inteligência de Mercado na INTL FCStone, Renato Rasmussen, em palestra no 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, em Curitiba.

Brasil pode suprir demanda de carne suína na China, diz especialista
/ Foto: Divulgação Governo Federal

O Brasil tem a oportunidade de suprir a demanda de carne suína na China, com o rebanho asiático afetado pela peste suína africana.

Essa foi a avaliação do diretor de Inteligência de Mercado na INTL FCStone, Renato Rasmussen, em palestra no 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, em Curitiba.

Rasmussen lembrou que a doença é mortal para os animais, altamente contagiosa, causada por vírus e ainda sem tratamento.

Segundo estimativas apresentadas por ele, após produzir cerca de 54 milhões de toneladas em 2018, a China deverá ter sua produção anual de carne de porco reduzida em pelo menos 30%, em 2019.

E a demanda chinesa é alta, porque 73% da alimentação do país são baseados em carne suína.

De acordo com ele, a oportunidade para o Brasil está na dificuldade de outros mercados de suprir a grande demanda chinesa.

"Os países vizinhos [da China] estão sendo fortemente impactados pela doença", disse.

Segundo o diretor, a União Europeia não consegue suprir sozinha a demanda chinesa, até porque está "suscetível à doença" também.

Já os Estados Unidos estão em guerra comercial com a China, o que impede o país americano de vender mais carne de porco para o país asiático.

"Os Estados Unidos tiveram as importações interrompidas desde 5 de agosto, como efeito da guerra comercial. Sobra para o Brasil, mesmo em meio a tantas incertezas.

Rasmussen disse que, além da expectativa de aumento da importação de carne suína pela China, também devem crescer as compras de carne bovina e de frango para substituir a demanda por porco.

Por outro lado, com a redução do rebanho chinês estimada em 41% em 2019, deve cair a importação chinesa de ração.