Nas ruas de Campo Grande, a maioria diz que conta, mas nunca sabe como fazer

Ao ver gente casada no Tinder, o sul mato grossense conta ou fica quieto?
Sérgio diz que conta e ainda indaga a reportagem: e tu não contaria? / Foto: Henrique Kawaminami

O Tinder continua sendo um dos recursos mais usados para encontrar um pretendente, à frente do Happn e, claro, do novato Dating do Facebook. A regra é clara são ferramentas para todos, "exceto", gente comprometida. O problema é que essa informação não vem na testa, a não ser, quando a pessoa é conhecida. E aí, o que fazer? O Lado B foi às ruas para saber se os campo-grandenses contam ou não para os amigos que viram seus respectivos namorados, ou vice-e-versa, dando match em outra pessoa.

Nas ruas, a reportagem encontrou resistência por parte das mulheres em admitir usar ou já ter usado o aplicativo. Diferente dos homens que assumem usá-lo sem problemas. No Centro, a maioria diz que contaria para o amigo ou amiga, mas enrola na hora de explicar como faria isso.

É uma faca de dois gumes, entrar no assunto pode custar a amizade ou fortalecê-la. No caso do professor Agenor Antunes, de 36 anos, ele perdeu um amigo de 15 anos por tentar fazê-lo parar de trair a namorada. Atualmente, ele diz que se flagrar outro caso vai depender da situação.
 
“Eu já vi vários casos no aplicativo, mas perdi um amigo em uma situação semelhante. Eu descobri que ele estava traindo a namorada com uma garota que eu tinha apresentado. Me senti culpado e tentei reverter saí como errado e ainda acabei com a amizade. Hoje depende muito, não sei se me meteria de novo”, conta.

A copeira Jânia Córdoba, de 39 anos, usa o aplicativo e disse que, sem medir consequência, conta na hora, inclusive se não for amiga também. “Eu uso o aplicativo e direto vejo conhecido. Esses tempos me deparei com o marido de uma conhecida, amiga de uma amiga. Mas na hora printei e fiz chegar até ela. Dei um jeito, mandei para um que mandou para ela”, revela Jania.

A autônoma Danielle Rodrigues, de 27 anos, nunca usou o aplicativo, mas é do time que não conta. Para ele, ninguém tem nada a ver com a vida do outro e prefere não se meter. “Eu acho que cada um tem que cuidar da sua vida”, disse.
 
Os estudantes Abner José e Pedro Henrique, de 16 e 17 anos, ainda não usam o aplicativo mas divergem as opiniões. “Ah, se é amigo tem que contar, não dá para deixar o cara ser corno”, disse Abner. “Eu já não conto. Chifre faz parte da vida”, completou Pedro.

Ainda pelo Centro, o ambulante Sérgio Cassiano, de 25 anos, admitiu usar o aplicativo e afirmou que com certeza contaria sobre o flagra. Mas só se fosse muito amigo. “Ainda não aconteceu de achar namorada de amigo, mas já achei de conhecido (risos), mas se eu vir eu conto. Na hora. Tu não conta, não?”, indagou.

Em outra pesquisa rápida nas redes sociais entre 60 participantes, 53 contariam para o amigo. Entre as formas, a mais prática com o print do rosto do indivíduo, e-mail fake ou até mesmo chamando a amiga para contar no boteco.