
Apenas os jogadores e membros da comissão técnica do São Paulo podem dizer quais os efeitos da invasão ao CT do clube violentamente promovida por torcedores no último sábado. Após o empate sem gols com o Coritiba, no domingo, no Morumbi, é possível afirmar, porém, que o lamentável episódio não funcionou como esperavam os vândalos que agrediram atletas.
A recuperação tricolor esbarrou na má pontaria de seu ataque e nas mãos de Wilson, o goleiro do Coxa que evitou gols de Chavez e Thiago Mendes. Erros na defesa também deram aos visitantes chances de marcar – na melhor delas, no segundo tempo, Denis salvou com os pés.
Michel Bastos, um dos jogadores que foram agredidos no CT – Carlinhos e Wesley não saíram do banco –, teve atuação discreta e deixou o campo sob vaias.
O São Paulo dominou o primeiro tempo. Foram 45 minutos em que o Coritiba, frágil, não causou incômodo ao time da casa. Chavez teve duas ótimas oportunidades, desperdiçou ambas.
O time de Ricardo Gomes sentiu a pressão no segundo tempo, como o próprio treinador admitiu após a partida. Sem conseguir furar a retranca do Coxa, o São Paulo começou a demonstrar nervosismo. Os erros de passe aumentaram e, em alguns momentos, deixaram exposta a retaguarda tricolor.
Chavez, apesar dos vacilos no primeiro tempo, não se escondeu. O argentino se movimentou bastante, apresentou-se como opção de passe em diversos momentos e quase fez o gol da vitória numa cabeçada bem defendida por Wilson.
O empate não aliviou a situação do São Paulo na tabela. O time continua na 11ª posição, agora com 28 pontos, e bem mais perto da zona de rebaixamento (quatro pontos) do que do G-4 (nove pontos).
Mas a missão de Ricardo Gomes ficou bem mais difícil desde sábado. Se antes seu trabalho era o de acertar a equipe dentro de campo, agora terá também que blindar seus atletas fora dele. A semana, sem jogos, será fértil em notícias sobre investigações policiais, ameaças e rachas políticos. Nada que vá ajudar a equipe a se recuperar.
E pra aumentar a pressão, o próximo jogo do São Paulo será contra o líder Palmeiras, dia 7 de setembro, fora de casa. Até lá, muita coisa tem de mudar