Feng Zhang trabalha no Instituto Broad, filiado ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e à Universidade de Harvard.

Homem ganha batalha por patente de técnica inovadora de edição genética

A disputa entre cientistas do Instituto Broad e da Universidade da Califórnia chegou ao fim nesta semana. As duas instituições estavam brigando pela patente da mais revolucionária e recente técnica de edição genética: o Crispr. O chinês Feng Zhang, do instituto filiado à Harvard e ao MIT, recebeu os poteciais direitos lucrativos.

Zhang disputava a patente com Jennifer Doudna, professora da Universidade da Califórnia, em Berkeley, muitas vezes citada como a inventora da técnica de edição. Ela pediu a patente antes do grupo de cientistas do Instituto Broad, em 2012, mas a equipe de Zhang acelerou o processo de revisão e obteve a aprovação em primeiro lugar - a situação desencadeou a disputa na Justiça que foi encerrada apenas agora.

A decisão do juiz, com 51 páginas, argumentou que a patente do Instituto Broad está limitada ao uso prático em organismos eucariotos, como plantas, animais e humanos. Já a patente de Berkeley era mais ampla e as aplicações não foram especificadas - em 2012, quando a patente foi arquivada, Doudna havia demonstrado a aplicação apenas para organismos procariontes, como bactérias.

De qualquer forma, a publicação de Doudna em 2012 abriu espaço para uma corrida da aplicação da técnica em células vegetais e animais. Zhang, vários meses depois, foi um dos primeiros a realizar o procedimento, de acordo com o "The New Tork Times".

A edição de DNA com o Crispr é tida como um dos maiores avanços científicos recentes. Após os cientistas conseguirem aprimorá-la para uso prático em 2012, em 2015 sua popularidade explodiu e seus usos são incontáveis. Já foi usado para alterar o genoma de embriões humanos, criar cães extramusculosos, porcos que não contraem viroses, amendoins antialérgicos e trigo resistente a pragas.